Muitos não sabem, mas hoje, 25 de julho, é o Dia do Escritor. Infelizmente, como não é segredo para ninguém, o Brasil figura entre os países em que há menos leitores ativos no mundo. Isso é o que aponta o Ibope, que realizou, em 2016, uma pesquisa e descobriu que 44% da população não lê e 30% sequer comprou um livro. Indo atrás de fontes internacionais, o Market Research World ainda levantou que os leitores tupiniquins ativos passam pouco mais de 5 horas por semana lendo, um número bem abaixo do (surpreendente) primeiro colocado na lista, a Índia, onde os leitores passam quase 11 horas semanais viajando entre páginas.

Apesar desse dado triste, o interesse dos brasileiros por livros aumentou em 10 anos. O Instituto Ipsos revelou que, de 2007 a 2017, o número de brasileiros que leem saltou de 31% para 37%. O índice pode até ser pequeno, é verdade, porém já mostra um relativo avanço para uma prática que, indiscutivelmente, melhora a dicção, aumenta nosso glossário mental e aumenta o número de formadores de opinião.

Para comemorar esta data tão bacana, recomendamos aqui 6 obras de autores consagrados no mundo todo, cada um nascido em um país diferente, com narrativas distintas e universos fantásticos.

Os Homens que não Amavam as Mulheres
O jornalista Mikael Blomqvist que é contratado por um milionário para investigar o desaparecimento de sua neta, Harriet Vanger. O jornalista se junta a Lisbeth Salander, uma excepcional e excêntrica investigadora, e juntos descobrem um segredo assustador: a jovem pode ter sido vítima de um assassino em série que ataca há muitos anos… e que ainda está na ativa.

Primeira parte da coleção Millennium e leitura obrigatória para quem é apaixonado por histórias de suspense, “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” é um thriller apaixonante, muito bem construído e descrito pelas mãos talentosas de seu criador, o sueco Stieg Larsson. Adaptado para o cinema tanto em sua terra natal quanto nos Estados Unidos, a coleção já conta com milhões de exemplares vendidos pelo mundo e mostraram a força da literatura sueca. Apesar da morte do autor em 2004, a coleção segue sendo escrita por um jornalista, e já conta com 5 volumes lançados até então.

O Quinze
Em 1915, uma grande seca assolou o Ceará, matando centenas de pessoas de fome. Entre os afligidos, estão o vaqueiro Chico Bento e sua família, que tentam fugir da condição de miséria, e o criador de gado Vicente, que nutre uma paixão por sua prima estudada e culta Conceição. Ao longo da obra, os dois protagonistas passam por situações distintas e veem suas vidas mudarem devido à influência do clima tórrido e cruel do sertão.

Primeiro romance de Rachel de Queiróz, lançado em 1930, “O Quinze” se tornou uma das mais importantes obras da nossa literatura, traçando os parâmetros que culminaram no neorrealismo das literaturas brasileira e portuguesa. A obra relativamente curta é carregada de momentos dramáticos, retratando um período cruel da história do Brasil que ficou de fora dos livros didáticos, escondendo uma das maiores atrocidades já ocorridas em nosso país. “O Quinze” foi levado até a França em 1986 e se tornou um best-seller no país, colocando sua autora entre os grandes nomes da literatura mundial.

Eu Mato
Em Montecarlo, no elegante Principado de Mônaco, um assassino em série utiliza a rádio local para divulgar seus crimes. Usando um pobre radialista como seu cúmplice, o assassino usa músicas para confundir um agente do FBI e um detetive, que estão em seu encalço para evitar que a onda de mortes se alastre. Mas, conforme os crimes dominam os jornais, o número de vítimas não para de crescer.

O italiano Giorgio Faletti criou uma atmosfera de requinte insano. Ao longo das páginas, o leitor acompanha as tentativas da polícia em capturar o criminoso ao mesmo tempo em que quebra a cabeça para entender as pistas deixadas por ele. Um clima de tensão que salta das páginas e nos atinge em cheio, mesmo depois da identidade do assassino ser revelada. Uma obra para ser degustada aos poucos, “Eu Mato” vai prender sua atenção e despertar um sentimento dúbio: afinal, eu torço para a polícia ou para um assassino extremamente inteligente?

O Conto da Aia
Um grupo extremista religioso organiza um golpe de Estado e toma o poder, com a constituição sendo substituída pela Bíblia Sagrada. Mulheres férteis perdem seus nomes e passam a ser reles reprodutoras, chamadas de aias, treinadas para obedecerem às ordens dos líderes e lhe darem uma criança. Entre elas, está a agora chamada Offred, obrigada a deixar o passado para trás e viver sob um regime perigoso. Mas… e quando rebeldes planejam retomar o poder?

Um romance ameaçadoramente fantástico, “O Conto da Aia” foi escrito pela talentosíssima canadense Margaret Atwood, uma das mais respeitadas em seu país e em todo o mundo. Narrado em primeira pessoa, o livro faz o leitor se ver no lugar de Offred, que testemunha um novo mundo onde as leis divinas sobrepõem-se às humanas, ao mesmo tempo que descobre toda a hipocrisia escondida por trás daquele regime. Adaptada para televisão pelo Hulu, serviço de streaming estadunidense, o livro mostra os perigos do extremismo e a vulnerabilidade (e a força) daqueles que vivem sobre regimes governamentais.

Jogador Nº 1
No futuro, os problemas do mundo fizeram as pessoas se voltarem ao OASIS, um mundo virtual onde cada um pode ser quem bem quiser. Quando o criador da ferramenta morre, revela que dentro do mundo há pistas para um prêmio único: sua fortuna de bilhões e o controle total do OASIS. O jovem Parzival e seus amigos começam uma corrida contra o tempo para pegar o prêmio e evitar que uma maligna corporação assuma o poder e piore ainda mais a vida da população mundial.

Romance de estreia do estadunidense Ernest Cline, “Jogador Nº 1” é prato cheio para os fãs de cultura geek: repleto de referências a jogos de videogame, filmes clássicos e até mesmo a histórias em quadrinhos, o livro transporta o leitor aos saudosos anos 80, década em que os jogos eletrônicos viveram sua época de ouro. Com uma narrativa eletrizante, o livro prende a cada página, com passagens que vão da comédia à tensão pura, e ainda traça um paralelo entre as dificuldades do mundo real com o mundo virtual. Apesar de recente, a obra se tornou um clássico atemporal e foi adaptada para o cinema por Steven Spielberg.

E Não Sobrou Nenhum
Oito estranhos entre si são convidados pelo misterioso casal U. N. Owen para um jantar em um casarão localizado em uma ilha. Recepcionados pelos empregados, os hóspedes descobrem que os anfitriões não puderam comparecer. Ao final do jantar, uma voz acusa todos os dez de crimes do passado, dos quais saíram ilesos. Agora, um por um, eles começam a ser mortos de acordo com uma rima infantil. Correndo contra o tempo, eles precisam descobrir o assassino antes que seja tarde demais.

“E Não Sobrou Nenhum” figura como um dos melhores romances escritos pela britânica Agatha Christie, conhecida como A Rainha do Crime. Lançado primeiramente em 1939 sob o controverso título “O Caso dos Dez Negrinhos”, a obra se imortalizou como uma das mais bem construídas no cenário do suspense literário. Adaptado para o cinema, teatro e televisão, o livro possui uma história fechada, sem pontas soltas, em que, a cada página, qualquer uma das personagens pode ser a próxima vítima. Inteligente, sagaz, meticuloso, este romance é um dos motivos da autora até hoje ganhar novos fãs, ávidos por seus assassinatos misteriosos.

Boa leitura! 😉

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