Em 1995, surgiu uma novidade no cinema: a Pixar lançou mundialmente o longa Toy Story, reconhecido como a primeira animação 100% digital, revolucionando a história da sétima arte. Quase uma década depois, em 2004, estreava O Expresso Polar, animação reconhecida pelo Guiness como a primeira a ser feita com captura de movimentos, até então uma novidade. Acreditávamos que ali o gênero alcançara seu ápice. Eis que nasce “Com Amor, Van Gogh”.

Primeiro, entenda a história: o filme conta a história do jovem Armand Roulin, filho do carteiro e amigo pessoal do pintor Vincent Van Gogh. Um ano após o misterioso suicídio do artista, uma carta escrita por ele endereçada ao seu irmão Theo é encontrada e Armand resolve viajar até a última cidade habitada pelo pintor para fazer pessoalmente a entrega. Ele, então, começa a juntar informações fornecidas por familiares e conhecidos de Van Gogh para entender sua vida e sua morte.

O longa dirigido pela polonesa Dorota Kobiela e o britânico Hugh Welchman foi inteiramente feito com quadros de tinta a óleo. Trazendo no elenco nomes estrelares como Douglas Booth (O Destino de Júpiter), Saoirse Ronan (Brooklin), Jerome Flynn (Game of Thrones) e Aidan Turner (O Hobbit), a obra primeiro teve cenas gravadas em estúdio, depois foram reproduzidas em quadros para, posteriormente, serem fotografadas e animadas por computador. O resultado: seis anos de trabalho, mais de 100 pintores de diversos países e 65 mil quadros pintados. É um filme que reproduz fielmente na telona as técnicas de pinturas que consagraram Van Gogh. Confira no vídeo abaixo como foi parte do processo:
Considerado um dos maiores gênios da pintura mundial, o holandês Vincent Van Gogh estava longe de ter uma vida glamorosa: extremamente pobre, mal conseguia se sustentar, vendeu apenas um quadro em vida e ainda acreditava que suas pinturas não eram bonitas o suficiente para fazerem sucesso. O reconhecimento merecido veio apenas após sua morte, quando um dos seus quadros foi exposto em Paris. Aliás, sua morte é até hoje sinal de controversa: teria ele realmente cometido suicídio ou fora assassinado? No livro Van Gogh: A Vida, os autores Steven Naifeh e Gregory W. Smith defendem que o pintor fora vítima de um jovem que era obcecado por ele. A resposta, infelizmente, talvez jamais saibamos.

O que apenas sabemos é que “Com Amor, Van Gogh” é uma obra que compila de forma perfeita a criatividade, o amor pela arte e a revolução cinematográfica. Um filme que vale a pena ser assistido, apreciado, reconhecido (está na Netflix! Aproveite!). Afinal, cinema não é simplesmente pegar uma câmera e sair filmando: cinema é uma das formas mais populares de mostrar ao mundo as belezas que existem no mundo. E uma dessas belezas ganhou o nome de “Com Amor, Van Gogh”.

Com Amor, Van Gogh (2017)
Direção: Dorota Kobiela e Hugh Welchman
Elenco: Douglas Booth, Saoirse Ronan, Jerome Flynn, Aidan Turner, Helen McCroy, Robert Gulaczyk, Chris O’Dowd e grande elenco
País: Polônia/Reino Unido
IMDb: 7.9

Av. Paulista, 2028 • Conjunto 111 • São Paulo • 01310-927 © 2006 Copyright • Todos os direitos reservados