Os termos realidade aumentada e realidade virtual estão na boca do povo e no objetivo de marketing de muitas empresas, especialmente nos últimos anos. IKEA, Coca-Cola, Ultragaz e muitas outras são exemplos de companhias que estão investindo maciçamente nessas novas formas de interação e contato com seus consumidores.

Antes de tudo: realidade virtual e realidade aumentada são coisas diferentes. A confusão é comum (e até plausível), pois até tratam de assuntos semelhantes, mas a maneira como você as experimenta é o que diferencia uma da outra. Confuso? Então, vamos exemplificar:

Realidade virtual
Simuladores de voo são exemplos de realidade virtual. (Imagem: Reprodução/Mail Experiences)
Chamamos de realidade virtual qualquer tecnologia que leva você a um lugar diferente daquele em que você está. Por exemplo, para se tornar um piloto de avião, deve-se realizar horas e mais horas de treinamento em simuladores de voo, que copiam fielmente uma cabine de comando, com todos os instrumentos e projetam o céu, cidades ou aeroportos nas janelas, passando a real sensação de se estar conduzindo um avião comercial. O simulador, por transportar o piloto a um mundo que não existe (mesmo que seja uma cópia de algo real), é um aparelho de realidade virtual.

Apesar de remeter a algo recente, o conceito da realidade virtual existe desde a década de 1950, quando o cineasta norte-americano Morton Heiling pensou em uma forma de fazer os espectadores terem as mesmas sensações daquilo que estavam assistindo, uma forma de integrar público com cinema. Ele trabalhou na ideia até a década seguinte, mais precisamente em 1962, quando criou o Sensorama, um aparelho que movimentava o banco e emitia sons e até mesmo cheiros. Heiling é considerado o pioneira da realidade virtual.

À esquerda, o Sensorama, primeira máquina de realidade virtual. À direita, seu criador, Morton Heilig. (Imagem: Reprodução/Tech Radar)
Realidade aumentada
Enquanto a realidade virtual leva você para outro mundo, a aumentada faz exatamente o contrário: ela traz elementos que não existem à nossa realidade. Um exemplo muito famoso é o jogo Pokémon GO, responsável por transformar a realidade aumentada na febre que ela é hoje. Em 2016, a Niantic, empresa especializada em softwares e jogos virtuais, causou frisson no mundo gamer com o lançamento do jogo que trazia ao nosso mundo os monstrinhos do famoso anime. Através da câmera do celular, ele integra os elementos que não existem (os Pokémon) com o cenário real (as ruas da cidade, sua casa, etc). Essa é a essência da realidade aumentada.
Pokémon GO iniciou a febre da realidade aumentada. (Imagem: Reprodução/Niantic)
Uma empresa que está usando bem o conceito da realidade aumentada é a Audi. Em um evento sediado em Las Vegas, a montadora divulgou uma novidade: através de óculos de realidade aumentada, os passageiros do banco traseiro poderão viajar por diferentes universos, como a pré-história ou o espaço. “Mas, então, é uma realidade virtual, não é?”. Não, porque o cenário projetado interage com o real: as ruas pelas quais o carro está passando se tornam as ruas de um game, se o veículo fizer uma curva, a mesma curva será aplicada naquilo que está sendo assistido, e por aí vai. É diferente da realidade virtual, em que o ambiente real não interfere na simulação. Confira o vídeo de lançamento do app ao final do post para entender melhor.

Aqui no Brasil, quem recentemente se aventurou pela realidade aumentada foi a Ultragaz. Líder no segmento de gás de cozinha, a empresa lançou, neste mês, um aplicativo que interage diretamente com materiais distribuídos pelas revendas, como ímãs de geladeira e calendários. Idealizado pela Vila Criativa, o Ultragaz Virtual abre aos consumidores da companhia um leque de possibilidades, como ligar diretamente para o revendedor, ver vídeos exclusivos com a preparação das receitas temáticas do calendário, entre outras. Tudo captado através da câmera do celular, que focaliza o material e traz botões interativos para o consumidor. Você pode baixá-lo gratuitamente para Android ou iOS. (ATENÇÃO: informe-se sobre as revendas que estão fazendo uso da novidade.)

O Ultragaz Virtual, aplicativo criado pela Vila Criativa, utiliza a realidade aumentada para interação entre revendas Ultragaz e seus consumidores. (Imagem: Reprodução/Vila Criativa)
As realidades virtual e aumentada são as sensações do momento (a segunda mais até do que a primeira, talvez por ser mais inovadora e interativa). A cada dia, o mercado busca novas ideias e formas de usar e apresentar essas e outras tecnologias aos consumidores, pois, mais do que nunca, ele está mais dinâmico e competitivo. Numa hora, você tem uma legião de consumidores fiéis, na outra, eles são atraídos por uma novidade fora de série de um concorrente. Esse dinamismo pode ser visto por uma ótica positiva, pois incentiva a busca por outras ideias, faz com que as marcas queiram sempre se renovar, renovando também a comunicação e tornando a publicidade cada vez mais evoluída.

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