Os pôsteres de filmes em Gana eram ótimos de tão ruins

A indústria cinematográfica usa diversos chamarizes para atrair o público: trailers, displays, marketing de guerrilha, entre muitos outros. Mas um dos mais antigos e funcionais até hoje são os pôsteres. Cobiçado por alguns e amados por muitos, aqueles simples banners precisam transmitir em uma única imagem sentimentos, enredo, quase tudo que está presente no filme. Praticamente, um trailer estático que muitos querem ter na parede do quarto.

Porém, nem todos os pôsteres ficam… digamos… muito atrativos, algo que as distribuidoras de filmes e os espectadores de Gana, país africano, nas décadas de 80, 90 e início dos anos 2000 podem afirmar com convicção. O site Bored Panda (que aliás você deve começar a seguir imediatamente! É maravilhoso!) reuniu uma série de pôsteres com o intuito de atrair o público ao cinema, desenhados por ilustradores ganenses. Confira alguns deles (clique na imagem para ver a galeria em página cheia):

O problema era que os desenhistas sequer tinham acesso aos filmes, criando os pôsteres baseado em enredos e na imaginação. O resultado: uma coleção de pérolas maravilhosas, que de tão únicas, se tornaram itens cobiçados por colecionadores ao redor do mundo. Os desenhos podem até ser engraçados de tão toscos, mas a história por trás das obras é até mesmo triste.

Durante os anos 1970 e 1980, muitas ditaduras militares violentas se estabeleceram em diversas regiões da África e, como não podia deixar de ser, fecharam os países para tecnologias e melhorias na infraestrutura. Um dos itens barrados eram impressoras profissionais, usadas em gráficas, impedindo que pôsteres oficiais fossem impressos. Então, precisou-se recorrer aos artistas, que tinham como única limitação o formato do pôster: a área útil não podia ser maior do que a frente de um saco de farinha de 50 kg. Com o passar dos anos, as crises políticas diminuíram consideravelmente, permitindo a entrada de prensas gráficas, fazendo com que o trabalho dos desenhistas fosse dispensado. Mas seus trabalhos, para nosso deleite, sobreviveram!