Dia da Mulher. Aliás, Dia INTERNACIONAL da Mulher. Um dia para celebrarmos, parabenizarmos e, claro, acima de tudo, respeitarmos essas verdadeiras protagonistas da vida. Muitas delas lutam diariamente para que seus direitos ainda sejam reconhecidos e respeitados (sim, em pleno século XXI). Para celebrar essa data, listamos aqui 6 mulheres que fizeram história, lutaram contra ambientes hostis, machistas ou racistas, e mudaram para sempre as artes, a política e a ciência.
Hattie McDaniel
Hattie McDaniel, primeira negra a ganhar o Oscar. (Imagem: Reprodução/Correio do Povo)
Filha de um pastor e cantora gospel, Hattie McDaniel iniciou a carreira artística cantando em um grupo formado pelo pai e os irmãos. Inteligente, compunha músicas, escrevia poemas e atuava em peças de teatro aclamadas pela crítica. Foi uma das primeiras afrodescendentes a cantar em uma rádio americana. Paralelamente, trabalhava como empregada para se sustentar.

Seu papel mais famoso foi o de Mammy, a empregada doméstica da chorosa Scarlett O’Hara no clássico “…E o Vento Levou”, papel este que a colocou na história como a primeira negra a ganhar um Oscar, de Melhor Atriz Coadjuvante. Vivendo em época de grande segregação racial, Hattie perdeu a estreia do filme com medo da Klu Klux Klan e precisou de autorização para entrar no prédio na noite da premiação (foi a primeira pessoa negra a entrar no Oscar como convidada e não servente). Com duas estrelas na Calçada da Fama, seu memorial no cemitério Hollywood Forever é um dos mais visitados.

Nise da Silveira
Nise da Silveira lutou para humanizar o atendimento psiquiátrico no Brasil. (Imagem: Reprodução/Área de Mulher)
Nascida em Maceió, Nise da Silveira dedicou sua vida ao estudo da psiquiatria. Criticava radicalmente os tratamentos psiquiátricos da época, como confinamento, eletrochoque e lobotomia, e buscou humanizar esse campo da medicina. Também foi uma das pioneiras no uso de animais em reabilitação mental.

Foi a única mulher a se formar médica na Universidade da Bahia no ano de 1931. Casou-se com um colega de classe e ficaram juntos até a morte dele, em 1986. Nunca teve filhos por opção, pois queria dedicar-se intensamente à medicina. Foi aluna do renomado psiquiatra suíço Carl Jung, e escreveu diversas obras, seus livros sendo até hoje recomendados como introdutórios àqueles que querem estudar Jung.

Malala Yousafzai
Malala sobreviveu a um atentado pela luta das jovens à educação. (Imagem: Reprodução/Educação Integral)
Aos 11 anos, a paquistanesa Malala escreveu à BBC relatando os abusos do talibã, principalmente o controle do regime à educação, impedindo jovens de frequentarem as escolas. Sua denúncia fez o mundo voltar-se ao país. Três anos mais tarde, enquanto ia para a escola, Malala foi alvejada por três tiros (um deles na cabeça), atentado admitido pelo talibã.

Após meses internada, Malala sobreviveu quase sem sequelas. Foi capa da revista Times e considerada uma das 100 pessoas mais influentes do planeta. Em 2014, se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o Nobel da Paz, prêmio que dividiu com um ativista indiano pelo direito das crianças. Autora de livros, Malala até hoje luta pelo acesso das mulheres paquistanesas à educação.

Marie Curie
Primeira pessoa a ganhar dois Nobel, Marie Curie descobriu a radioatividade. (Imagem: Reprodução/Galileu)
Cientista polonesa, Marie Curie foi a primeira pessoa e única mulher a ganhar dois prêmios Nobel (de Física, em 1903; e Química, em 1911). Pioneira no estudo da radioatividade, Curie criou a teoria da radioatividade, isolamento de isótopos e a descobriu dois elementos químicos, o polônio e o rádio.

Marie Curie foi a primeira mulher professora da Universidade de Paris, onde firmou parte de seus estudos e inovou a forma de dar aulas, levando alunos aos laboratórios. Durante a Primeira Guerra, montou unidades móveis de raio-X para auxiliar os soldados. Veio para o Brasil em 1926, mais precisamente para Águas de Lindoia, para estudar as águas do lugar. Morreu de leucemia, consequência de seus estudos com elementos radioativos.

Mae Jemison
Mae foi a primeira negra a ir ao espaço. (Imagem: Reprodução/Ebony)
Nascida em 1956, Mae sempre sonhou em ser astronauta, mesmo a NASA não admitindo mulheres. Ainda assim, formou-se engenheira química e, posteriormente, médica. Como médica, participou das Forças da Paz em Serra Leoa e na Libéria, escreveu guias de autocuidados, participou de pesquisas contra a hepatite B e contribuiu para a área de saúde nos Estados Unidos.

Em 1987, entrou na NASA e, durante quatro anos, participou da equipe de apoio de lançamentos no Kennedy Space Center, na Flórida. Até que, em 1992, Mae se tornou a primeira mulher negra no espaço, orbitando a Terra no ônibus Endeavour. Lançou um programa internacional de ciência para crianças e participa de um grupo que estuda levar humanos além da Via Láctea em até 100 anos.

Rachel de Queiróz
Rachel de Queiróz entrou para a ABL e tornou-se best-seller na França. (Imagem: Reprodução/Ebony)

Tradutora, romancista, escritora, jornalista, cronista, dramaturga. Rachel de Queiróz foi uma das mais completas autoras brasileiras. Nascida no Ceará, escreveu seu primeiro e mais famoso romance, “O Quinze”, aos dezenove anos, livro em que retratou a severa seca de 1915 que assolou seu estado natal. Seu livro se tornou um best-seller na França e até hoje é publicado no país com grande tiragem.

Se tornou a primeira mulher reconhecida como imortal pela Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira de número cinco, pertencente a Bernardo Guimarães. Também foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Camões, o mais importante voltado a escritores da língua portuguesa. Reconhecida internacionalmente, Rachel já foi homenageada pela Sérvia em um selo postal em 2011 e possui uma estátua em sua homenagem em Fortaleza.

Estude como uma Mulher. Lute como uma Mulher!
Feliz Dia da Mulher 😉

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